Publicações Haven Engenharia
O salário determinado pelo mercado
Helio Neves Jr, 02/10/2019
O salário quem define é o mercado!
Se existe uma conversa nada confortável atualmente; esta é o salário que tem sido oferecido aos profissionais de engenharia.
Deixando o salário mínimo do engenheiro fora deste contexto, o salário “justo” é definido pelo mercado!
Lembro dos bons salários de 2005 e ao compará-los com os bons salários de 2015, percebo aumentos médios de 3 vezes.
Certamente não existe índice que justifique tal aumento. Apenas como exemplo, se pegarmos o IPCA acumulado entre 2005 e 2015 o salário aumentaria em torno de 80%.
A pergunta é: Por que então os salários atingiram tal patamar, chegando a 3 vezes? A resposta é clara: O MERCADO.
O mercado é o regulador na época boa, mas também na época ruim, que estamos vivenciando no momento.
Este texto procura atenuar, se é que é possível, uma questão que tem sido muito comentada, ou seja, os baixos salários e os cargos de auxiliares oferecidos aos engenheiros, sem que se aplique (considere) a graduação existente.
O que ocorre é que o mercado sempre regula estas questões independentemente do nosso entendimento sobre “o que seria certo”. Em momentos de crise, ocorre um movimento peculiar dos dois lados (trabalhador e empregador). Assim, como o empregador busca pagar o menor valor possível, o trabalhador também “não entrega” o que seria sua fidelidade. Este é um processo normal em momentos de crise, pois ao contrário do que (nós da área de exatas) gostaríamos, não existe um ponto de equilíbrio para esta situação e assim que o mercado dá sinais de melhorias começa o pula-pula de galho, ou seja, os profissionais deixam suas ocupações em função de propostas “levemente” melhores, podendo deixar a empresa em pouco tempo (meses, semanas ou até dias) após ter entrado na mesma.
O que caberia aos profissionais, ao aceitarem uma determinada proposta de trabalho, é fazer sempre o melhor trabalho possível.
Não concordo com profissionais que aceitam o salário do mercado (mesmo julgando baixo) e que não desempenham o comportamento contratado.
Muitos colegas, ao invés de desempenharem suas funções, acabam dispersando no dia-dia com conversas melancólicas que envolvem um mercado retraído, salários baixos, condições precárias e um prazo curto de serviço... como se tudo fosse culpa do empresário que o contratou. Sejamos profissionais e façamos o bom trabalho ou recusemos a proposta!
Tenho percebido alguns amigos empresários com dificuldades em montar equipe não apenas pelos salários e condições, mas sim por “um falso de acordo” do profissional contratado, e isto é o que percebo nas camadas dos profissionais mais seniores!
O mesmo mercado que regula os baixos salários em momentos de crise, também derrubam o preço de venda do HH dos empresários de engenharia e isto precisa ser considerado pelos profissionais, não com o intuito simples de “aceitar a vida”, mas para buscar um entendimento mais amplo sobre a crise e suas repercussões, pois muitos empresários estão buscando sobreviver no cenário atual.
O empresário brasileiro também tem sofrido ao buscar contratos na área de serviços devido aos custos baixos!
Não concordo com movimentos que buscam simplesmente dizer que não podemos aceitar tais condições. Isto é fácil para aqueles que se encontram em situações financeiramente confortável, mas infelizmente esta situação é para poucos. A massa esmagadora precisa da condição oferecida pelo mercado. Assim, prefiro navegar a onda e aceitar o que estiver dentro da análise financeira de cada um e sempre buscar alternativas melhores.